Em tempos remotos, aconteceu um dilúvio que cobriu todo o planeta Terra, que era habitado então pelos nossos antepassados. Somente o cume da Serra Krinjinjimbé (Serra do Mar) sobressaía-se da extraordinária inundação.
Os Kaingang, Kaiurucré e Kamé nadavam em direção à Serra do Mar, cada um com um luminoso tição (pedaço de madeira acesa) entre os dentes. Os Kaiurucré cansaram, afundaram e lá pereceram. Os Kaingang, por sua vez, mesmo com dificuldade, atingiram o alto da serra Krinjinjimbé, uns estabeleceram-se no chão, outros nos ramos das árvores, já que não acharam outro lugar.
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Em pouco tempo, conseguiram formar uma planície espaçosa no monte, dando bastante campo aos Kaingang, com exceção daqueles que tinham se refugiado nas árvores: estes foram transformados em monitós ou macacos, e os Curutons, em caroias, macacos urradores (Bugio). As saracuras tinham começado seu trabalho do lado de onde sai o sol, essa é a razão pela qual os rios e arroios kaingang tomam seu curso na costa e desembocam no grande rio Paraná.
Lenda Kaingang narrada pelo professor kaingang Dorvalino.
Adaptada pelo acadêmico Alex Sandro Maggioni Spindler
e revisada pela Profª. Me. Rosemari Lorenz Martins.
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